domingo, 28 de outubro de 2012

De raiva e de dor...

Quero é viver...!
Gritar e romper os horizontes que os olhos alcançam e a imaginação procura. Lançar sem medo a minha carne e a minha alma na luta, sem medo de chorar, sem medo de me ferir, sem medo de chegar...

É preciso certa dose de loucura para acreditar nos sonhos de ontem e para esquecer os desejos de hoje. É preciso ter poesia no olhar e ver as coisas como novas quando o veneno da rotina as torna fatalmente banais...
É preciso gritar muitas vezes, de raiva e de dor, de alegria e de rancor! É preciso não esconder o coração nem tampouco esconder-me dele mas, em vez disso, atirá-lo às nuvens e prendê-lo nas estrelas.
Preciso traçar a vida como quem desenha as linhas do corpo de um amor que nos arrebata e arrebenta por dentro e nos embala por fora... Quero ser de sangue, de ferro, de berro e de barro, de terra... 
Quero guardar tudo! Preciso dar sempre mais...

domingo, 16 de setembro de 2012

Sacatripos...

"Só se desilude quem alguma vez esteve iludido".

Ainda que por breves instantes, há pessoas que têm o condão de nos fazer acreditar que podem ser diferentes, mas... 
Deixemos isso para outras calendas! 
Mordedura de cão cura-se com pêlo de cão...

Sacatripos sacatrapos, tudo é santo!!

domingo, 15 de julho de 2012

Espelhismo...

Querem vencer, querem, convencidos, vencer! Vençam lá, à vontade. Sobretudo vençam sem me chatear.

Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos!) os meios. Estão todos convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras!), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais "palco"!
Praticam uns com os outros uma espécie de espelhismo galanteador... Além de espectadores, o convencido precisa de "irmãos em convencimento".
No corre-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. A sua vaidade nunca é gratuita e há que tirar dela todo o rendimento possível. É tudo uma questão de utilidade e lucro!
Para quem tem a pachorra de lhe seguir o passo, o convencido da vida farta-se de cometer "gaffes"! E cada uma mais gorda que a outra... mas não importa porque, segundo ele, o caminho é em frente e para cima.
No meio disto tudo, o mais grave erro de um convencido é achar-se melhor que os outros e, por isso, não é assim tão raro ver um "alpinista" destes a fazer "plof" e descer, liquidado para as profundezas.
Como é da sua natureza, depressa irá tentar refazer a sua imagem, retomando o seu propósito de se convencer da vida (da sua, claro!) para de novo ser o convencido da vida que, afinal... nunca deixou de ser!

E é isto, então, in "Uma coisa em forma de assim".

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Se existe...

Dizem que amores eternos podem acabar numa noite e que grandes amigos se podem tornar nos maiores inimigos... Dizem também que saber ouvir os outros é uma grande virtude e ao mesmo tempo o pior dos venenos.
Dizem ainda que nunca chegamos realmente a conhecer determinada pessoa porque passamos uma vida inteira a tentar conhecer-nos a nós mesmos... A confiança não é uma questão de luxo e sim de sobrevivência!
Dizem, por fim, que o "nunca mais" nunca se cumpre e que o "para sempre" chega sempre ao fim... Oh mundo cruel!

Porém, ainda não inventaram nada melhor que o colo de uma mãe, desde que o mundo é mundo. Posso cair mil vezes e mil vezes me hei-de levantar porque, nem assim terei aprendido o que significa viver! No final de tudo isto vem-me à memória o Teu nome... Hei-de sempre surpreender-me, seja conTigo ou comigo mesmo... 

Se existe algum defeito, em Ti, esse defeito está seguramente para além da perfeição!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Funambulista...

É como me sinto hoje!
Pensava eu que tinha os princípios éticos minimamente bem definidos nesta área, mas...

Dizem que a pessoa humana é muito mais do que um composto de elementos bioquímicos e não deve ser objecto de experimentações biológicas ou químicas com vista ao puro progresso da biotecnologia. Concordo, até porque toda a intervenção sobre as estruturas e o património genético da pessoa deve estar orientada para o remendo de anomalias... Concordo outra vez, mas...

Se a biotecnologia é útil e pode corrigir anomalias, se as perspectivas da terapia génica para o tratamento de certas doenças são, igualmente esperançosas e merecem o compromisso da ciência e a destreza de quem realiza a investigação, será possível aprender e testar e evoluir sem "ofender" a integridade física ou violar a inviolável identidade genética da pessoa humana? 

Nenhuma utilidade social ou científica e nenhuma motivação ideológica poderão justificar jamais uma intervenção sobre o gene humano, que não seja terapêutica...? Fica a pergunta para quem não tiver medo da sensação de caminhar descalço sobre brasas acesas...

É... na verdade todos nós trabalhamos como funambulistas, no que toca a construir razão sobre o nosso próprio ser... e muitas vezes sem "rede" de suporte! Eu acho que encontrei a minha... é a mais segura de todas! Cuidar dela para que ela cuide de mim está ao nível do principal conceito de Immanuel Kant! 

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sei...

Modéstia à parte, eu sei do que ela gosta...

Ela gosta que a trate como única!
Gosta de trocar mensagens durante a noite... 
Gosta que lhe tente ligar quando ela menos espera e gosta também de palavras simples e trapalhonas... 
Gosta de perguntas como: "estás a pensar em quê?" ou "o que se faz desse lado?"...
Gosta de um bom desafio, embora quase nunca admita que eu lhe dei a volta e a deixei sem resposta...
Gosta de flores e gosta de receber flores, nem que seja só uma roubada do vizinho... 
Gosta de surpresas calculadas, de filmes românticos e de comida dada na boca...
Gosta de um mimo quando está doente e gosta de um abraço silencioso mas bem apertado...

Gosto daquilo que ela gosta... e porque ela gosta de um beijo na testa depois de um beijo na boca, eu gosto dela!

Ela não vale a pena... vale a vida!!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Oxalá...

Oxalá o meu valor me permita superar este medo que em mim sinto de falar sobre aquele dia... não é por mal... é que ele foi tão simples e tão belo e tão natural que tanto a tua beleza como a daquele lugar me fazem estremecer de vontade de reclamar a tua paciência para estas linhas que escrevi com o pensamento lá bem longe...
Não tenho tido horas de paz para mim... a tua imagem que amo desde o dia em que te conheci faz-me agora sentir que é difícil acalmar-me e calar tudo o que sinto... 
Pudesse eu raptar-te para mim esta noite... ceder ao impulso que me deixa sedento de paixão... morder os teus lábios e com as minhas mãos atrapalhadas percorrer o teu corpo, desenhar o teu rosto banhado por aquelas águas límpidas e claras...
Oxalá aquela lua que no céu surgiu fosse a mesma que hoje me impele e obriga a escrever este texto sentido, sem sentido nenhum...
Amar não vale a pena! Vales a vida... a minha vida!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Para sempre...

Tive tantas saudades tuas. Meu Deus, tive tantas saudades tuas durante todos estes anos...

É curioso como a profunda simplicidade das tuas palavras tem a força de abanar o meu mundo... 
Não quero voltar a perder aquilo que realmente me é importante, nem sequer por um minuto. É preciso dar valor a cada momento da vida, pois o amor não é um grande fogo ardente que percorre toda a nossa alma e nos queima até ficarmos irreconhecíveis.
O amor é feito de momentos simples do dia-a-dia que,  a pouco e pouco, fundam uma fortaleza tão sólida que nada a pode fazer cair. Nem a chuva, nem o vento, naquela praia de inverno... Nada!

Pus-me quase de joelhos e beijei-te as mãos... Levantei-me e afastei-me enquanto murmurava aquelas palavras que te trouxeram do esquecimento: - Hás-de ser para sempre! Prometo!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Da Terra e do Céu...

Caramba... esta paixão sujeita-me a um estado psicológico no qual aquilo que em mim é racional se submete às tendências primárias, e linguagens do desejo, as quais são de tal modo fortes que me arrastam a mim e a esta minha paixão, qual onda de maré cheia! De onde me virá tal poder?
(...)
Dir-me-iam: ser capaz de dominar as paixões é superar o adolescente que habita dentro de nós!! Porém, não é esta paixão por alguém ou alguma coisa o segredo para atingir uma meta (da terra e do céu) que se adivinha difícil, espinhosa, pouco exequível? 
Creio que sim... 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Trapos, farrapos e um passe-partout...

No fundo do meu quarto, como se da alma se tratasse, encontro aquilo que fui, que sou e quero ser. É lá que estou comigo agora. É lá que guardo as lágrimas que choro, sozinho, com vergonha de ser visto.
É lá que recordo aquilo que já tive um dia e que tanto, mas tanto desejo voltar a ter... no fundo do meu quarto, naquele recanto onde ninguém vê, sofro, choro, em silêncio. Por ti, se calhar...
Choro porque me arrisco a perder os teus gestos, o teu olhar, o teu abraço onde me dava jeito agora chorar. Por nós. Por aquilo que partilhámos. Pelo que somos. Pelo pouco que sou. Pelas minhas indecisões ou pela ausência delas. Pelo que queria que fossemos...
Gosto de ti! Gosto tanto...

Omnia Vincit Amor

sexta-feira, 9 de março de 2012

Lucidez

Filho, 

No dia em que eu já não conseguir ser o mesmo, tem paciência e tenta compreender-me. Quando eu deixar cair comida na minha camisa, quando não for capaz de atar os meus sapatos como deve ser, tem paciência comigo e recorda (traz ao coração!) as horas que passei a ensinar-te estas mesmas coisas

Se quando conversares comigo eu repetir e voltar a repetir as mesmas palavras, ao ponto de já saberes como termina a história, não me interrompas e escuta-me. Quando eras pequeno, para que adormecesses, tive que contar-te milhares de vezes a mesma história até que finalmente fechasses os olhos.

Se quando estivermos todos reunidos e, sem querer, eu me descuidar nas minhas necessidades, não tenhas vergonha porque eu nunca tive vergonha de te mudar a fralda tantas vezes quantas foram precisas. E possivelmente eu não terei culpa de já não me poder controlar.
Não me reproves se chegar o dia em que eu fizer birra porque não quero tomar banho... recorda as correrias que fiz atrás de ti para conseguir levar-te para a banheira.

Quando me vires completamente inútil e ignorante diante de todas as tecnologias que dominas de olhos fechados, peço-te que me dês todo o tempo necessário para não me magoares com um sorriso sarcástico... recorda com carinho todas as coisas que te ensinei. Comer, vestir, enfrentar a vida tão bem como hoje és capaz, modéstia à parte, fui eu quem te ensinou sem sequer reclamar uma única vez do tempo perdido. 
Em tudo e sempre, foi tempo ganho!

Se algum dia, enquanto conversamos, eu me esquecer do assunto da nossa conversa, dá-me todo o tempo que eu precisar para me recordar e se eu não conseguir não fiques impaciente... talvez não fosse assim tão importante e possivelmente aquilo que eu realmente queria era estar contigo.

Se algum dia eu não quiser comer, não percas a paciência comigo... Recordas-te das colheradas de sopa de legumes que eu balançava de um lado para o outro, dizendo que eram aviões que precisavam de aterrar? 
Quando as minhas pernas falharem por não terem já força para andar, dá-me a tua mão forte e terna para me apoiar, tal como eu fiz quando começaste a dar os teus primeiros passos. 

Por último, quando se um dia me ouvires dizer que já não quero viver mais e prefiro morrer, não te zangues... chegará o dia em que compreenderás que este desabafo não tem a ver com o carinho que me tens ou com o quanto te amei e amo. Sempre quis o melhor para ti e esforcei-me sempre para preparar bem os caminhos que agora deves percorrer. Assim, com este passo que desejo adiantar-me a dar, eu estou a querer construir para ti um outro rumo, num outro tempo, fisicamente ausente mas sempre sempre contigo!

Não fiques triste, enojado ou com sentimento de impotência por me veres assim... dá-me o teu coração, compreende-me e apoia-me, tal como eu julgo que fiz quando começaste a viver. Da mesma forma que sinto que te acompanhei no teu caminho, peço-te agora que me acompanhes terminando o meu. 

E, se de outra forma eu já não me puder expressar, o cuidado que me dedicares será retribuído não já com sorrisos mas sempre em dobro com o imenso amor que sinto por ti.

Atenciosamente,

O teu Pai

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Dele, sobre ela...

Tu não sabes quem eu sou mas eu sei quem tu és e só preciso de um minuto da tua atenção.

Espero que saibas a sorte que tens... o quanto eu gostaria de estar na tua pele, de poder estar na mesma cama que ela, todas as manhãs, ajudá-la a acordar da má disposição matinal... 
Espero que saibas que ela não te vai falar enquanto não lavar os dentes. Não é por mal... é por medo!
Medo de perder o encanto aos teus olhos... que a consideres um ser humano comum! Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol e que o café a deixa mal disposta. Escolhe a roupa que ai vestir, na noite anterior, só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã, que o despertador vai tocar  50x até que se levante e que mesmo assim consegue chegar a horas!
Quero também que saibas que ela adora histórias do fantástico mas não de terror... que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo mas que não se vai esforçar por decorar o nome de todos os teus amigos à primeira, porque ela... ela é que sabe de si!
Tu nunca serás uma sorte para ela! Sorte é poderes tê-la na tua vida! Sabes, ela não é uma romântica por natureza mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Ela é segura e doce ao mesmo tempo...
Ela não sabe cozinhar mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido... e se não estiver bom ela vai rir-se do falhanço, em ver de corar.
E quando ela ri... quando ela ri eu tenho vontade de chorar! Não de tristeza mas sim porque cada gargalhada é como uma nota musical que me toca ao coração e me faz querer dançar! Ela é tudo o que eu queria e nunca soube que tive... Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal e que a falta dela é um vazio igual à morte!

Espero que sejas tudo aquilo que eu nunca fui... espero que a trates bem porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre!
Pudesse eu ter lido o futuro...


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Uma Estória da História do meu Peito


Together, We are The Kings


We're flying through the night
We're flying through the night
Way up high,
The view from here is getting better with
You by my side

:: :: :: 

Ah, o meu céu... frio e ventoso mas tão cheio de recordações maravilhosas... (onde se lê "meu", é favor desculpar a presunção de que o céu é meu, mas... não deixo de ter razão! Este pedaço aqui é realmente  meu também!)
A solidão só é, ou pode ser má, quando não sabemos lidar com ela. Talvez esteja agora a começar a perceber isto... de novo! E já lhe sentia a falta, confesso...
Cuido que o segredo está algures aqui dentro do peito, qual estória daquele imberbe veado que sentiu pela primeira vez o cheiro do almíscar. Tal era o desejo de o voltar a sentir que decidiu percorrer o mundo inteiro à procura de tão rica fragrância... Já quase morto e cansado de tanto procurar, deitado por terra, curvou-se sobre o seu próprio peito (sobre o seu próprio Eu) e descobriu então que aquela dor que sentia  era tão só uma pequena glândula por onde era segregado o perfume que o fizera gastar-se naquela tremenda busca fora de si...
Qual a moral destes factos? Hum... o perfume - o segredo que lhe conferia o nome e a identidade que ele  mesmo desconhecia - esteve sempre com ele, nunca fora dele! 
Nem sempre assim é... às vezes é preciso sair para fora do Eu para encontrar respostas mas nunca as encontraremos se não nos conhecermos ao menos "na envolvência do peito"!
Porque é que escrevi? O que é que vale? Não sei... provavelmente vale pouco mais de nada mas para mim faz todo o sentido! (Se não fizer sentido, paciência... Eu é que sei! A estória é da minha história!!)

- Queres?
- Quero!
- Então prova-o...

Quem quer atingir os fins tem que saber interpretar e aplicar os meios, digo eu!
Eu sei bem qual é o meu almíscar! E conheço melhor que ninguém os meios a empregar para o partilhar!
Porquê? Porque o meu desejo não vale a pena... vales a vida!



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

(Eu, com duas vírgulas, sou) Contradição

Estou a pontos de tentar ir dormir... outra vez! Sim! Já tentei mas não consigo... estou a sentir falta de algo que não a nicotina dos cigarros que não tenho vontade de ir comprar!
Estou a pontos de querer escrever e não sair nada com jeito... acho que nunca saiu mas nós temos sempre a presunção e a esperança de que haja uma alma caridosa que até goste de ler estas porcarias em jeito de diarreia mental!
Estou a pontos de não colocar vírgulas porque pura e simplesmente não me apetece... e venha de lá o professor de Português metido a besta dizer-me que está mal escrito!! (ah se eu soubesse asneiras...!)
O mais curioso é que tenho sono... Que contradição!! Aliás estou a cair de sono mas não me apetece parar de escrever! Provavelmente a convicção logo me passa mas agora achei que devia dizer isto!
Estou a pontos de me largar a chorar, a verdade é esta! (bolas, duas vírgulas...! Não me apetece apagá-las!) Estou a pontos de fazer a vontade ao corpo e chorar! Porquê? Sei lá... por tudo e por nada... porque sim e "porque não?".
Estou a pontos de achar que pela primeira vez em muito tempo vou tentar dormir (agora para valer!) com a sensação de que algo está a começar a não estar bem entre nós! Tu e eu! Quem mais haveria de ser? Estou a ficar frustrado e angustiado e abatido e esmagado e claustrofóbico e quase revoltado (comigo mesmo!)... não sei porquê mas acho que te perdi! Hoje estou assim... 
Provavelmente vais-me ralhar quando eu ganhar coragem e voltar a falar contigo não é? Provavelmente não! Tenho a certeza que vais abrir os teus braços e rasgar o teu mais franco sorriso como fazes sempre e vais fazer-me sentir que sou outra vez criança trapalhona e envergonhada que fica sem jeito enquanto me perguntas a idade...

(...)

vou só ali... hum... chorar e (talvez) cortar os pulsos mas já volto!

(...)

Voltei (a mim!) e é estúpida e quase insuportavelmente curioso... esta última frase trouxe-me paz! E lucidez! E tão boas recordações caramba... Dei por mim a pensar sobre mim mesmo: Seu idiota... como é que pudeste sequer ter dúvidas? Entre nós só pode ser bom não é?

E pronto... partindo deste amável placebo estou a pontos de ir dormir porque mesmo assim estou a pontos de achar que é porque Tu não vales a pena... Vales a Vida!!
Inté

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Regressar à Vida

Creio que um homem consegue manter a sua sanidade mental e manter-se vivo desde que haja pelo menos uma pessoa à sua espera. A mente humana consegue comandar o corpo mesmo quando a saúde não abunda. Uma mãe moribunda pode manter-se viva para ver o seu filho antes de desistir de lutar... um soldado é capaz de  impedir a sua desintegração mental e física quando sabe que a sua mulher e os seus filhos o esperam.
Mas quando nada nem ninguém está à espera, não há hipótese de sobreviver na luta pela vida! Regressar à vida é, portanto, um presente para aquele que está à espera...

Tens alguém por quem viver? Alguém te espera "amanhã"?
Não há motivos para viver se não existe alguém por quem valha a pena viver!

"Eu não te vou deixar partir. Vou estar aqui amanhã à tua espera e quero tanto que não me desiludas...!"

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Escultor do meu próprio ser

A natureza das restantes criaturas é definida e restringida pelas leis que se foram fixando; tu, porém, isento de tais restrições, podes, graças ao teu livre arbítrio, traçar por ti mesmo as linhas da tua própria natureza...
És uma criatura nem dos céus, nem da terra, nem mortal, nem imortal, e podes, como livre escultor do teu próprio ser, modelar-te na forma que preferires!

...

Será mesmo?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Viagem

Vou percorrendo o íntimo do meu coração à procura do esconderijo onde guardei coisas essenciais para obter alguma ténue indicação sobre quem sou e sobre o que aqui mora....
O mundo afectivo da minha intimidade é denso... uma amálgama... demasiada concentração de coisas apinhadas... lógica e caprichos!
Qual a parte boa? Tu(do)!
No fundo, no fundo, quero tão simplesmente dizer-te: Obrigado por fazeres parte da parte bonita da minha história!

Porque sim! Porque tu(do) não vales a pena... vales a vida!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Só se não for...

Mordedura de cão cura-se com pêlo de outro cão, dizem... Só se não for!
A vida é um dilema singelo... ou se é bigorna ou se é martelo...
Carros velhos, homens sem abrigo a dormir agarrados a garrafas... as pedras da calçada desfeita atiradas para o meio da estrada e chove... chove muito agora e eu protejo-te com as minhas grandes mãos...
Tenho frio...
Vejo a luz da lua na tua cara...
Batem as portas, em tons de suicídio, como se fossem um corpo morto a cair no chão...
Finalmente podemos dar um ao outro tudo o que temos cá dentro!
Escureceu muito, já não estás ao meu lado...
Tenho medo...
Afinal tudo não passou de um sonho... estou sozinho e tu partiste!
Batem as portas... e vejo alguém de dedo em riste!
Olho para trás e afinal ainda lá estás.
Já não tenho frio nem medo! Leva-me para onde quiseres... por ti serei vagabundo!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Dignidade!?

O Homem nuclear é aquele que perdeu a sua fé ingénua nas possibilidades da tecnologia e está penosamente consciente de que os mesmos poderes que lhe permitem criar vida nova contêm em si o potencial da autodestruição...
Para este "nós" o futuro tornou-se numa opção! O drama não reside na existência de um novo perigo, no futuro... o drama está, tão simplesmente, no facto de provavelmente nem sequer haver futuro...
Porque é que o Homem deve casar e ter filhos, estudar e construir uma carreira, seja ela em que área for; porque é que deve inventar novas tecnologias, construir e desenvolver novas ideias se duvida da existência de um "amanhã" que possa garantir o valor do seu esforço? Para este "nós" a vida tornou-se facilmente num arco cuja corda está partida e é incapaz de disparar uma única seta! No meio da nossa desorganização ficamos paralisados... todo o nosso ser converte-se em apatia e tédio!
Só quando nos sentimos responsáveis pelo nosso futuro é que podemos ter esperança ou desesperar... quando nos encaramos como vítimas passivas de uma qualquer burocracia extremamente complexa, passamos a vaguear de momento em momento, acabando por transformar a nossa vida numa longa cadeia de incidentes e acidentes...

Sentido de continuidade precisa-se...!